O Ministério de Portos e Aeroportos abriu, na quarta-feira 13 de março, consulta pública a empresas interessadas na implantação do Túnel Santos-Guarujá.
Segundo Anderson Pomini, presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), o investimento previsto para construir o túnel submerso é de R$5 bilhões.
As obras devem começar ainda em 2024 e a entrega está programada para 2028.
História: Da ponte ao túnel que revolucionará a logística do maior porto do país.
Em 23 de janeiro de 1927, o jornal A Tribuna, de Santos, divulgou uma matéria sobre o primeiro esboço do primeiro projeto, proposto pelo engenheiro Enéas Marini, para a construção de um túnel conectando Santos e Guarujá. De lá para cá foram muitos projetos, esboços e croquis que jamais saíram do papel.
O objetivo sempre foi o mesmo: facilitar o acesso entre as cidades e dar conta do enorme fluxo entre elas.
Na década de 1940, o engenheiro Francisco Prestes Maia elaborou o Plano Regional de Santos, para modernizar o porto e desenvolver a região. Esse plano incluía obras de mobilidade que consideravam o túnel como uma opção, porém essa ideia não progrediu. Em 1948, surgiu uma proposta para a construção de uma ponte levadiça, que também não foi adiante.
Em 1970, o governo estadual retomou a discussão sobre uma alternativa, considerando a construção de uma ponte com acesso helicoidal, mantendo a altura necessária para a passagem de navios para o Porto de Santos. No entanto, essa proposta também não avançou, assim como a ponte estaiada proposta em 2010 pelo governo paulista. De acordo com especialistas, independentemente do modelo, uma ponte não é viável devido às restrições de altura para a passagem de navios de grande porte para o Porto de Santos.
Agora, as autoridades acreditam que o projeto de ligação finalmente avançará com a solução do túnel, que parece ser consenso entre engenheiros, técnicos e especialistas em mobilidade urbana.
Mundialmente, túneis são a principal forma de ligação seca entre margens em ambientes portuários, sendo mais seguros na transposição de canais de navegação, pois não estão sujeitos a interferências como o tráfego de ferry boats.
Além disso, não entram em conflito com a operação de manobras de navios no ambiente portuário.
Clique aqui para ver alguns dos projetos propostos
Visão Geral do Projeto Túnel Santos-Guarujá
O túnel submerso terá uma extensão de 860 metros. Destes, 761 metros estarão submersos, formando uma estrutura enterrada sob o leito do canal do Porto de Santos, a uma profundidade de 21 metros.
Ele será instalado na região por meio de blocos pré-fabricados, que serão posicionados em uma área escavada no canal do estuário.
Essa operação deve ser realizada de forma a preservar a profundidade do porto e não interferir na navegabilidade da região.
O túnel incluirá uma área designada para o trânsito livre de pedestres e ciclistas.
Os condutores pagarão uma taxa de pedágio e terão acesso a seis pistas, divididas em três em cada direção. Além disso, o projeto contempla a possibilidade de instalação de linhas para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no futuro.
Assista aqui o vídeo oficial sobre o Túnel Santos-Guarujá.
Impacto na Mobilidade Túnel Santos-Guarujá
O trajeto que implicava muitas horas de trânsito ou balsa agora terá uma alternativa que leva apenas 5 minutos.
Atualmente, cerca de 78 mil pessoas realizam o trajeto entre Santos e Guarujá diariamente, com os tempos de viagem variando de 20 minutos a duas horas.
A construção do túnel pode impactar as famílias que residem em áreas de palafitas. Em 2016, a Defensoria Pública solicitou a inclusão no projeto de realocação dessas pessoas.
Segundo o órgão, é responsabilidade do poder público assegurar uma alternativa habitacional adequada, pois o acesso à moradia é um direito fundamental protegido por lei.
O trajeto entre Santos e Guarujá hoje é realizado por meio de balsas, o que requer a interrupção das atividades portuárias durante o deslocamento. Outra possibilidade de trajeto é uma rodovia com 43 quilômetros de extensão.
Com o túnel, a travessia entre as duas cidades passará a ser feita em 1 minuto e 42 segundos, segundo projeção da Autoridade Portuária de Santos. Pela estrada a viagem dura 60 minutos e via balsa entre 18 e 60 minutos. Uma mudança enorme e um impacto direto no fluxo da logística!
Entre os benefícios previstos com a construção do túnel estão a redução da poluição ambiental, a segurança para aqueles que atravessam diariamente o canal do porto e a melhoria da eficiência das operações portuárias.
Impacto na Economia pós Túnel Santos-Guarujá
A modificação vai agregar um extraordinário valor às atividades portuárias, reduzindo impacto ambiental, tempo e custo de transporte de cargas.
Segundo o ministro dos portos e aeroportos, Silvio Costa Filho, o túnel submerso será um “ativo da economia brasileira”.
A construção do Túnel Santos-Guarujá promete trazer benefícios significativos não apenas em termos ambientais, mas também sociais.
O projeto terá um impacto significativamente positivo no sistema viário dos municípios, especialmente durante a alta temporada.
O túnel reduzirá o tempo de deslocamento entre as duas cidades em aproximadamente 50 minutos, aliviando o congestionamento na Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-055) e permitindo que o canal do porto seja utilizado prioritariamente por navios de carga e de passageiros.
A redução do tráfego de caminhões, carros e motocicletas terá um impacto positivo na qualidade de vida da população local e na preservação do meio ambiente.
Além disso, a obra está estimada para criar quase 9 mil novos empregos, o que contribuirá para o crescimento econômico da região e para a geração de renda para milhares de famílias.
Desafios e Soluções do Túnel Santos-Guarujá
Um dos principais desafios para a construção do túnel é a minimização e mitigação dos impactos na fauna e flora costeira. Já existe um estudo de impacto ambiental aprovado desde 2013 com propostas para contornar os danos.
A construção do túnel tem o potencial de causar modificações no ecossistema marinho, afetando a vida aquática e os padrões de migração das espécies marinhas. Isso ressalta a importância de implementar medidas mitigadoras para preservar a biodiversidade local.
Também pode resultar em desmatamento e afetar áreas de mangue. Esses ecossistemas desempenham um papel crucial na proteção da costa e servem como habitat para diversas espécies, requerendo estratégias de preservação e compensação.
A poluição hídrica devido à escavação e ao transporte de materiais precisa ser pensada pois pode comprometer a qualidade da água, impactando os ecossistemas marinhos e costeiros. O manejo inadequado de resíduos de construção representa um desafio ambiental significativo.
É crucial adotar estratégias eficazes de reciclagem e descarte adequado para minimizar o impacto ambiental associado à geração de resíduos.
Soluções ambientais e sustentabilidade
Monitoramento ambiental contínuo
A implementação de programas de monitoramento ambiental contínuo é essencial para avaliar os impactos ao longo do tempo. Essa abordagem possibilita ajustes em tempo real e contribui para a tomada de decisões sustentáveis relacionadas ao projeto.
Tecnologias de construção sustentável
A adoção de tecnologias de construção sustentável, como métodos que reduzem a emissão de carbono e minimizam o desperdício, desempenha um papel fundamental na mitigação dos impactos ambientais adversos.
Compensação ambiental e recuperação de áreas degradadas
O projeto conta com uma ciclovia dentro do túnel e com a revitalização de áreas antes abandonadas, transformando-as em complexos esportivos.
Investir em programas de compensação ambiental e na recuperação de áreas degradadas é uma estratégia eficaz para equilibrar os impactos. A restauração dos ecossistemas pode contribuir significativamente para a preservação da biodiversidade local.
Compromisso com a sustentabilidade
A construção do Túnel Santos-Guarujá destaca a importância de um compromisso sério com a sustentabilidade em todas as etapas do projeto. Enfrentando os desafios ambientais de frente, podemos garantir que essa infraestrutura vital não apenas conecte regiões, mas também contribua para a preservação e regeneração dos ecossistemas circundantes. É imperativo que a busca pelo progresso não comprometa o futuro ambiental das comunidades afetadas.
O Conselho Estadual do Meio Ambiente (CONSEMA) aprovou o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) da “Implantação de Ligação Rodoviária Santos-Guarujá por Túnel Submerso”
Leia o Relatório de Impacto Ambiental na íntegra aqui
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